Relato de atividade em sala de aula

O CANTO DE PATATIVA

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Patativa
02/07/2012
Sociologia, História, Língua Portuguesa
Ensino Médio
30
wendell de freitas amaral
EE DEPUTADO OLAVO COSTA | MG | Juiz de Fora | Estadual





1. Analisar relações entre literatura e história; 2. ler e analisar o roteiro original do curta; 3. compreender as relações de sentido entre o roteiro e as imagens do curta; 4. traçar um breve panorama sócio-histórico do contexto de produção relacionado à biografia de Patativa; 5. abordar as relações de Patativa do Assaré com os cantadores e repentistas nordestinos; 6. ler e analisar poemas do autor, enfatizando a temática, a métrica, a rima e o ritmo; 7. ouvir e debater sobre letras de canções compostas pelo autor; 8. abordar a predominância da oralidade na produção dos cantadores e repentistas; 9. analisar as composições do autor sob o ponto de vista da variação linguística; 10. conhecer as características de um folheto de cordel; 11. produzir textos e folhetos de cordel.

1.Apresentação de dados biográficos de Patativa do Assaré, protagonista do documentário; 2. exibição do curta "Patativa" (2001), de Ítalo Maia; 3. distribuição do roteiro do curta à classe, disponível no portal "Curta na Escola"; 4. sugestão de leitura comparativa da biografia e do roteiro para a montagem de um quadro, apontando os dados biográficos utilizados no filme; 5. seleção das rimas presentes no roteiro;6. Reexibição do filme para a apreciação das imagens da animação, atestando a precisão dos dados recolhidos pelos alunos em seu quadro; 7. ênfase no estudo da rima, do ritmo e da métrica. Na biblioteca, os alunos acessaram coletâneas de poemas do autor e, dentre eles, decidiram trabalhar com "Vida sertaneja", que tem versos citados no curta; 8. estudo da disposição das rimas, da composição rítmica e da métrica nas décimas do poema; 9. exibição de alguns vídeos da série "Poetas do Repente" (TV Escola) disponíveis em http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp; 10. audição das canções com letras de Patativa do Assaré: "Vaca Estrela, boi Fubá" (Rolando Boldrin) e "A triste partida" (Luiz Gonzaga); 11. avaliação do uso da oralidade e da variedade linguística não-padrão para a estilística dos textos, considerando a situação comunicativa e os gêneros textuais;12. exibição do vídeo sobre as origens da literatura de cordel (TV Escola) disponível em http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=4335; 13. iniciação de uma oficina para a composição de um livreto de cordel, em grupos de cinco alunos, com redação de textos em verso, a partir das orientações colhidas no portal da Academia Brasileira de Literatura de Cordel: http://www.ablc.com.br/metricas.html; 14. digitação e impressão dos textos, enfatizando variados temas locais, políticos e biográficos; 15. composição das capas dos livretos, em xilogravuras feitas pelos alunos, impressas em papel colorido.

O projeto de trabalho foi elaborado com estimativa de 7 a 8 aulas de 50 minutos. A ideia inicial do estudo da biografia e obra de Patativa do Assaré surgiu a partir de uma conexão entre os trovadores medievais (conteúdo de Literatura da 1ª série do E.M. no 1º bimestre) e os repentistas do nordeste, abordando o estudo da rima, do ritmo e da métrica, além do uso da canção como suporte para os textos orais. A exibição do curta e as sugestões de atividades tiveram boa receptividade por parte dos alunos que, aos poucos, foram se sentindo à vontade para opinar sobre a sequência das aulas. A classe percebeu o quanto é importante para a autenticidade dos textos a identificação do poeta Patativa com os temas abordados por ele nos versos, a partir dos dados biográficos e críticas sociais, comuns na maioria deles, além do uso da variante linguística regional, não-padrão, para retratar, como um cronista, os diversos fatos, vividos pelos tipos narrados em suas letras. Portanto, as aulas contribuíram para que os alunos demonstrassem uma atitude crítica e não preconceituosa em relação ao uso de variedades linguísticas, valorizando as distinções do português brasileiro como elemento de identidade cultural. Os alunos se mostraram, também, satisfeitos ao reconhecerem os efeitos musicais da métrica e da rima nos textos estudados e naqueles compostos por eles, além de demonstrarem, ao final das atividades, maior destreza no uso de estratégias do discurso poético e seus efeitos de sentido. Logo, a contextualização e a relação da poesia de Patativa com o Repente e com a literatura de Cordel foram compreendidas pelos alunos como uma oportunidade lúdica de conhecimento das origens e da popularidade da importância de tais gêneros artísticos para a cultura nordestina e brasileira. Os trabalhos realizados na oficina de Cordel foram expostos na escola para a apreciação das outras classes.